16 março 2012

Let me get what I want

Lembro-me de uma vez que coloquei no meu perfil do saudoso Orkut o refrão de “There is a Light that Never Goes Out”. Um amigo meu disse “nossa, que coisa horrível, que música pesada e tal”. Realmente, “to die by your side is such a heavenly way to die” não é a coisa mais romântica do mundo, mas… caramba, é bonita, cheia de sentimento, de significado, eu gosto. Lembro que ele disse algo sobre o impacto negativo sobre as pessoas que viam meu perfil, a imagem que teriam de mim, os caras que não se interessariam por mim… Querido, sou fã de Morrissey e me identifico com muitas músicas dele, que parte você ainda não entendeu, cacete???? Enfim…

O tempo passou e a gente começa a compreender que a afinidade musical tem sua importância. TEM SIM. Não tentem me convencer que não. Só Deus pode me julgar.

Vamos ao Morrissey.

Puta merda, o que eu falo do show desse sujeito?

Porque uma coisa é você gostar do som, das melodias, da performance de palco. Outra é você terminar seu inglês básico 1, ouvir, entender e pensar… “hummmm tem algo meu aí”. É o seu diploma de “perdedor”, com mérito.

Entenda-se por perdedor aquele que não faz o que todo mundo faz só por fazer. Um perdedor é, antes de tudo, um questionador.

E que apesar de bradar em voz alta as canções perdedoras de Morrissey, lá no fundo, você não é uma pessoa derrotada e sim um belo de um arrogante. Não é que eu não consiga me adaptar ao mundo. É que esse mundo é uma bosta, todo mundo faz tudo igual, eu quero e sou maior e melhor que essas banalidades chatas aí para as quais vocês dão valor. Eu quero mais.

Uma ótima forma de auto-conforto, diga-se.

E daí que o meu sonho custa 200 reais e acontece em São Paulo em um domingo de chuva? E daí que eu canto “Oh mother, I can feel the soil falling over my head”? Eu tenho a sorte de ter sonhos fáceis de realizar.

Isso me garante uma coisa: a certeza de que não vou embora deste mundo cheia de frustrações e coisas não feitas. Eu não vou ser a pessoa que diz “nossa, poderia ter feito isso, aquilo, aquilo outro”. Definitivamente, não. Apesar de cantar “Please, please, let me get what I want, Lord knows it would be the first time”.

O que eu quero? Sei lá. Enquanto não recebo, eu sei me lamentar como ninguém. Da maneira mais feliz que existe. O pior é que tem gente teoricamente muito mais “feliz” que eu, que são verdadeiras máquinas de lamentações. Vão ouvir uma música, gente, antes de ir brincar de “sério”. A vida não é séria, se você é, é porque é bobo mesmo.

Obrigada, Morrissey, seu lindo.

So
The choice I have made
May seem strange to you
But who asked you, anyway?
It's my life
To wreck
My own way

Um comentário:

Menina Enciclopédia disse...

grandes desabafos e eu tb concordo q gosto musical e afinidade sempre têm algo a ver
infelizmente eu sou o tipo q levo a sério demais a vida... vou tentar aprender a não fazer isso - tentar, conseguir... difícil rs é culpo do Morrissey ahahahha

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