28 maio 2008

Murros em ponta de faca

Deus salve os persistentes. E que salve também os que abandonam a causa fácil, mas só se sobrar tempo.
Eu sei que a propaganda oficial diz que o brasileiro não desiste nunca, no entanto, apesar de brasileira, eu desisto sim. Acho que na maior parte das vezes.
A desistência é um bela escolha, dependendo da situação, do ambiente, das circunstâncias. Porém, é uma opção discriminada. Marginalizada. Tratada com desdém. Afinal de contas, bonito é insistir até o último resquício de esperança e quebrar a cara com a alma lavada de vergonha e frustração, não? Não.
O ditado "é melhor me arrepender pelo que eu fiz do que me arrepender pelo que não fiz" tornou-se popular e frase-padrão de pessoas que adoram fazer merdas na vida. Uma saída à francesa, discreta, assumindo suas limitações, me parece uma solução mais digna que bancar o herói. Ainda mais bancar para os outros, pois este tipo de atitude, na maior parte das vezes, é um showzinho particular, uma mensagem que você direciona a alguém, tentando provar qualquer coisa.
Eu teimo, persisto, insisto e esbravejo, até o limite do meu humor. Até acabar a paciência. Até que não sejam feridos a honra e o amor-próprio. Não demora muito não. Depois disso, eu sou covarde mesmo.
Mas são os covardes que sobrevivem para contar as desventuras dos heróis de guerra, sim? Sim.


Vai encarar? Vai indo que eu já fui...

3 comentários:

Anônimo disse...

Belas palavras...

Alexandre disse...

e eu gostei do seu canivete suíço. (rs)

Cristina disse...

Concordo contigo.

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