12 maio 2012

Almost unreal

Quando criança, eu tinha uma mania, ou crença talvez, de que quando eu imaginava uma coisa acontecendo, com detalhes e tudo, estava de alguma forma “secando” tal fato de modo que ele nunca mais poderia acontecer do jeito que eu havia imaginado. Imaginei que ganharia tal prêmio? Pronto, jamais ganharia. Imaginei que aquele cara ia gostar de mim? Fechado, ele nunca ia me dar bola. Imaginei que ia fazer uma viagem e iria nos lugares A e B e falaria C e D? Aconteceria tudo ao contrário. Por minha culpa. Porque eu imaginei e… “gastei” a minha chance de acontecer. (Sim, minha infância foi ótima).

O grande problema é que minha imaginação é bem produtiva e trabalha 24/7. E eu gosto de imaginar boas coisas para a minha vida, ou seja, parece que temos aí uma coisa meio paranoia meio auto-sabotagem trabalhando na minha mente.

O pior é que, realmente, quase nunca as coisas acontecem da forma como imaginamos – ainda mais da forma como imagino, até com as falas, as roupas e os trejeitos – então dá até para levar a crença boba para a vida adulta sem se sentir tão… boba.

Não acontecer como imaginamos não quer dizer que é ruim, é diferente, e muitas vezes melhor, muito melhor que o mundinho que eu havia construído. Muitas vezes foi diferente e ruim na hora, mas se provou ser o melhor um tempo depois. E outras tantas foi uma merda mesmo, droga, que saco, tocando “Please Let Me Get What I Want” de fundo.

Na verdade, eu ia falar do show do Roxette – novamente carregado de lembranças, como eu esperava - e talvez dar uma resumida em todos os sete shows que puder ver nos últimos três meses, pensando que jamais imaginei isto, por este motivo consegui realizar.

Ou foi só porque eu queria fazer, fui lá e fiz.

A imaginação não estraga a possibilidade de acontecer. É só uma outra versão da verdade. Eu vou ter que fazer a minha…

You’ve been in my dreams all my life.

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