16 outubro 2010

Sobre férias, computadores e internet

Em alguns momentos de minhas férias até aqui, senti o impulso de escrever sobre este assunto. Em outros, pensava em deixar para lá. Escrever sobre isso seria dar satisfação da minha vida, de certa forma, algo que abomino fazer quando não se aplica. Mas enfim, acabei me convencendo que seria mais um esclarecimento que uma "prestação de contas". 
Porque na vida, tem gente que simplesmente não entende qualquer outra pessoa que seja uma vírgula diferente dela.
Para uma pessoa que trabalha com computadores o dia inteiro, tirar férias deveria ser sinônimo de estar bem longe deles, certo? Depende. Eu, pessoalmente, faço dois usos desta simpática máquina: o profissional - sério, às vezes chato, cansativo, mas que paga as contas - e o pessoal - as piadas, a interação com os amigos, a diversão. Ou seja, depois de 11 meses na rotina labuteira, eu sinto necessidade de ter férias do primeiro uso. Mas do segundo, não.
Ocorre que para algumas pessoas, é muito difícil compreender isso. E outras tantas preferem manter a pose de descoladinhos. Explico.
O primeiro grupo acha que computador é sinônimo de dor de cabeça e obrigações desagradáveis, seja por algum trauma de trabalho excessivo, seja por algum ataque sofrido por e-mail ou em redes sociais. Para elas, computadores e descanso são incompatíveis, não importa o quanto você explique. Passo. Chama o psiquiatra que ele dá jeito.
O segundo grupo, o mais irritante, são aqueles que compreendem a separação da utilização do equipamento para deveres e prazeres, mas não admitem isso, porque é muito mais legal ser aquele cara que detesta computador. É aquele que fala "eu não uso MSN, prefiro encontrar meus amigos pessoalmente", como se usar uma comunicação remota fosse o equivalente a ser anti-social (às vezes é mesmo, mas antes alguma comunicação que isolamento total). É aquele que se fecha para novas tecnologias, como se aceitá-las significasse vender a alma para algum grupo maligno de pessoas "bitoladas" que ficam no computador "o dia todo" e não sabem "aproveitar a vida".
E essas pessoas me dão muito sono. Não se odeia tecnologia, porque nossa vida como é hoje é resultado de muitas revoluções tecnológicas. Quem odeia mesmo, pode devolver aí os cartões de crédito, pode cortar a energia da casa e viver em cavernas. Imagina o mundo sem a roda? Vai dirigir seu carro no estilo Flintstones?
Todo inventor, ou a maioria deles, cria algo para que seja bem usado, para ajudar as pessoas em alguma tarefa, para facilitar a vida. De preferência, ele também quer ficar rico e famoso, e se a invenção for realmente interessante, é o que ele merece. 
E nós, usuários dos inventos, não devemos nos intimidar por pessoas que têm pouca habilidade para lidar com coisas novas ou querem fazer pose de cool ao invés de admitir a própria ignorância e ser feliz.
Você está de férias e usa o computador? Usa Facebook, Twitter, celular? Sabe diferenciar o uso profissional do uso pessoal? Então continue usando. Sem maiores explicações. Deixe a pose para os que sabem "aproveitar a vida".

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