12 julho 2008

O que temos que fazer para que nos amem?

Pois é, me dei mal na aposta que fiz com a Lady, na final de Wimbledon, domingo passado. Estou devendo um chocolate para ela.
Mas não foram só perdas. Eu também ganhei. Ganhei mais uma tema para refletir e trazer algo de bom para os meus dias tão comuns.
Roger Federer é, há pelo menos 5 anos, o melhor tenista em atividade. Um dos melhores de todos os tempos. Fez tanto pelo seu esporte que já tem seu nome gravado na história, para sempre. E como se não bastasse, é admirado por também ser um grande ser humano : um campeão humilde, nas palavras de Pete Sampras, outro gênio da modalidade.
Porém, nada dura para sempre. Os melhores estão aí para servir de estímulo para outros, que desejam superá-los, que querem ter seu nome, da mesma forma, escrito na história. Este nome é
Rafael Nadal, um mocinho de 22 anos, que evoluiu muito desde o seu começo e deixou de ser um "tenista de um piso só" (4 títulos em Roland Garros, saibro) para ser o "futuro número 1 do mundo" (atual campeão de Wimbledon, grama, o mais tradicional dos torneios de tênis).
Nadal impediu o hexacampeonato de Federer, que não vem em um bom ano. Teve uma doença no começo de 2008 e, desde então, não achou seu ritmo. Ao mesmo tempo, os adversários evoluíram. E claro, à medida que o campeão não demonstra mais ter aquela força, a tendência é que se perca o medo, e até o respeito por ele. Nadal perdeu o medo, mas o respeito jamais : com o troféu de Wimbledon na mão, fez questão de dizer que Federer é "o melhor da história". Já o "rei destronado" declarou que "fez de tudo, mas Nadal mereceu a vitória".
Quem sou eu para comentar tênis? Acompanho só mais recentemente de perto, não sou especialista e nem pretendo. Minha análise aqui é outra.
Admiro Federer, à distância, desde sempre. No entanto, sua derrota na Inglaterra pôs em minha cabeça uma martelante pergunta : o que temos que fazer para que nos amem? Permanecer no topo para toda a vida? Impossível. Vencer sempre? Não dá. Reconhecer a superioridade do adversário? Talvez após esfriar a cabeça. Sair no auge? Mas e se você ama aquilo que faz e quer continuar fazendo?
Federer é o que há de melhor no tênis, há muito tempo, mas ele agora ganhou companhia, o que para os fãs do esporte é excelente : garantia de alto nível. O que me causa espanto são as expressões que se referiam a ele após a derrota : "decadência", "desânimo", "péssimo", o "rei destronado" que citei acima. A vida é assim, gente. Uma fase ruim, uma derrota, algumas delas, apagam toda e qualquer genialidade manifestada na semana passada, meses e meses, anos a fio. É cruel. Medo.
O bom para Federer é que ele terá companhia no traiçoeiro mundo dos melhores. Nadal que se cuide. Que se prepare para, depois de ganhar mais títulos ainda e ser consagrado de vez, ter que ouvir as mesmas duras palavras, daqui a um tempo. Talvez quando perder a chance de ser hexacampeão em Wimbledon. Será que alguém vai se lembrar da final de 6 de julho de 2008?
De minha parte, espero que os dois continuem sendo excelentes atletas e grandes pessoas. Só não digo "ídolos", porque, vocês sabem, por mais incríveis e geniais que sejam, seres humanos são só... humanos.

Eles jogam tênis e são só humanos. Mas eu babo o ovo mesmo.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ia escrever algo parecido com isso, mas tudo bem, você escreve melhor que eu :)

Au revoir

Anônimo disse...

O pior é que quem escreve essas matérias nos jornais nunca devem ter pego em uma raquete... é cruel mesmo...

Compartilhe

Related Posts with Thumbnails