Indo

Existe coisa que abale mais o ser humano que a morte? Perceber que a vida é efêmera, ainda que dure 100 anos. Pensar que aquela pessoa, que você conhecia, que era próxima, ou que você só via na TV, não existe mais. Não volta. E a gente não sabe para onde ela foi.

Consegue-se juntar palavras para falar da dita-cuja quando se trata de uma morte "distante", por assim dizer. Alguém que não era do círculo de amizades ou familiar. Quanto mais próximo de nós, mais complicado de verbalizar. Nem precisa.

Por exemplo, este moço aí ao lado. Era uma presença constante naquele mundo de fantasias chamado cinema. Um mundo para o qual temos vontade de nos transportar. Toda vez que os créditos surgem na tela e indicam que aquela história acabou, um bom filme sempre nos deixa aquela água na boca. Ah, se fosse possível viver tudo aquilo que vemos e ouvimos na telona...

Mas a realidade é que são todos seres humanos, que nascem, crescem, namoram, casam, separam, têm filhos, vão para a balada, vão para a praia, têm insônia, experimentam drogas, estrelam sucessos, eternizam personagens e... se vão, num piscar de olhos, num estalar de dedos.

A foto é do filme dele que foi mais marcante para mim (bem, ainda não vi o novo do Batman...). Lembro-me dele cavalgando de espada em punho, indo de encontro a seu oponente, ao som de "We Will Rock You". Lindo.

Poucos sabem o que ele sentia, passava e se desejava continuar neste mundo, entre o sonho das telas e a realidade da vida-como-ela-é.

Este tipo de acontecimento trágico, para nós, que estamos "distantes", serve para lembrar. Um dia nós vamos.

Que tal aproveitar enquanto estamos aqui?

Bye, Heath.