Das coisas emocionantes

(Antes de escrever, comecei a pensar se já não tinha falado sobre este assunto por aqui. O blog cresce e você perde o controle. Ainda mais eu, que ando com a memória na lua. Enfim, cedo ou tarde, tudo será revisitado).

Chorar é um ato que eu guardo para momentos bem especiais. Poucos privilegiados (ou não) já me viram com os olhos sinceramente marejados.

É bom ressaltar a autenticidade do ato, porque choro de raiva, de birra, de nervoso não conta.

Falo das lágrimas de emoção. Aquelas que começam na ponta do estômago, sufocam a garganta, entopem seu nariz - obrigando a abertura da boca para manter a passagem do ar - enrijecem a face e correm pelo rosto como se fossem chuva forte. E com direito a algumas soluçadas.

Chorar é um alívio a que todos poderiam submeter-se de vez em quando. Se você pensar bem, em 5 minutos, acha muita razão para se comover. Pode ser que a sua vida seja maravilhosa, porém há bastante gente sofrendo pelo mundo. Sofrendo barra-pesada, não falo dos que ficam tristonhos porque a bateria do celular acabou.

Apesar de a emoção servir de terapia, bom mesmo seria que nunca tivéssemos motivos para lágrimas. Pois, infelizmente, o pranto mais verdadeiro ou é acompanhado de uma dor intensa, ou de uma felicidade incalculável, tão grande que pode até doer também.

Participo de uma colação de grau amanhã e de um casamento na sexta. A chance de eu chorar de emoção na colação é bem maior, acredite. Não é um caso de ser um monstro insensível. Somente me emociono de forma diferente.

Saber pelo que você chora talvez seja uma boa forma de se conhecer melhor.

Crying girl (Edward Munch)