09 outubro 2008

Brava 2 - A missão

Primeiro, sobre o título. Em algum lugar deste mundo cibernético, certa vez eu li que nem todas as pessoas que ouvem a expressão "... 2 - A missão" são capazes de entendê-la. Pensa bem, Rambo 2 é um filme de 1985. F*cking 80's. Um indivíduo nascido em 1986, por exemplo, hoje é um distinto adulto de 22 anos. Que pode estar lendo este blog e se perguntando "a missão? E daí, o que tem a ver?". Tudo bem que o filme deve ter passado umas 800 vezes na Sessão da Tarde, e temos mais canais de filmes que botões no controle remoto, mas faz sentido. "... 2 - A missão" é coisa da velha guarda, orgulhe-se disso.
Bem, desviei totalmente do assunto, voltemos então. Aproveitando o gancho do "brava" no post anterior, minha experiência virótica, uma ida ao cabeleireiro e uma recente compra de roupas e sapatos, decidi explorar um pouco mais o tema "brabeza" e tentar enumerar as situações que me tiram do sério, emocionalmente e biologicamente falando. Algumas eu já devo ter comentado por aqui, mas compreendam, uma pessoa que ainda fala "... 2 - A missão" é não-jovem o bastante para permitir-se ser repetitiva e ranzinza. Há, peguei vocês.

- Fila.
Um dia eu gostaria de ser filmada em uma fila. A minha cara deve ser impagável. De uns tempos para cá, eu parei para pensar se o que me incomoda na fila é o tempo de espera ou o comportamento das pessoas. Veja que raciocínio torto, o meu : eu acho fila um saco, mas não fico esbravejando, xingando, dando chilique. Eu fecho a cara, no máximo. Se tem alguém para conversar ou algo para se distrair, ainda melhor. No entanto, ver alguém reclamando me irrita muito. É como buzinar no trânsito parado. Por acaso faz andar?
Sintomas : enrijecimento do maxilar, dor de cabeça, silêncio antipático.
Perda de tempo de vida : 2 horas por hora de fila.

- Salão de beleza.
Eu tenho sorte demais. Achei um salão bom, barato e com profissionais simpáticos que se preocupam com o trabalho deles e não com a minha vida. Ganhei na loteria. Antes de achar este oásis, deparei-me com os mais diversos ambientes - inóspitos, claro. Cabeleireiros querendo fazer arte no seu cabelo, se recusando a cortar, demorando horas para tirar as pontas, achando que você não tem mais nada para fazer da vida, donas-de-casas desesperadas comentando assuntos MUITO relevantes (e, desgraça total, querendo a sua opinião).
Hoje, enquanto uma solução fedida (porém eficiente) agia em meus cabelos, fiquei imaginando como seria o salão perfeito : o cabeleireiro, lindo e heterossexual, faria elogios a minha pessoa. De quebra, poderia comentar "Você viu o novo CD do Radiohead?" ou "Eu acho que o Massa vai ser campeão". Aí, eu acordei, ao som do Inimigos da HP, porque era hora de enxaguar. Ainda assim, como eu disse, este novo salão é ótimo, mas em anteriores já me vi lidando com isso :

Manicure : Vai pintar o pé?
Aline : Vou sim.
Manicure : Ah, pintar o pé, mas tem que ser uma cor bem clarinha...
Aline : Quero esta aqui (cor de vinho, bem escuro).
Manicure : Aiiii (com muito nojo), esta? Tudo bem... Escuta, você faz alguma coisa?
Aline : Não entendi...
Manicure : Você tem um emprego?
Aline : Tenho.
Manicure : Então, cuida do seu trabalho que eu cuido do meu.

P.u.t.a é pouco para descrever o meu sentimento.
Sintomas : palpitações, crise histérica interna.
Perda de tempo de vida : 3,5 horas por hora de salão.

- Vendedor chiclete baba-ovo mentiroso.
Mesmo quando saio às compras sem lenço nem documento (quer dizer, RG, para poder passar o cartão), sem ter uma lista definida do que vou comprar, não há muita variação. Como não compro com frequência e muito menos por impulso, sempre faltam artigos de vestuário. Não é raro me ver correndo na semana do evento para adquirir algo que preste. Ou seja, eu olho, olho um pouco mais, gosto, experimento, pago e saio. Não gosto de pedir opiniões. Não gosto de perguntar. Pare de me perseguir, não vou fazer o cartão da loja, não me encha o saco, po**a!!
Sintomas : vontade de chorar, dor no peito, desconsolo.
Perda de tempo de vida : 1,67 horas por hora de compras.

- Erro.
Eu não perdoo. Digo, não me perdoo. Um erro de Português em um post antigo? Droga, droga, lá vou eu corrigir, brava. Uma frase mal colocada, fora de hora? Droga. Uma risada mais alta e inconveniente? Droga. Esquecimento de compromissos ou promessas? Droga. Substitua todos os "droga" por palavrões cabeludos e você me tem reagindo aos meus equívocos. Não, não deve haver nada mais auto-irritante que... eu mesma.
Sintomas : vontade de sumir.
Perda de tempo de vida : 5 horas por hora de erro.

Calma, calma, já passou, já passou...

4 comentários:

Anônimo disse...

quanto ódio nesse coraçãozinho... mas eu queria ver a sua cara no lance da manicure... hahahahaha

ART disse...

como diria o filósofo Mika:
"Relax, take it ea-easy..."

Cristina disse...

Serenity now... :p

Café & Cia disse...

Adorei o momento desabafo! Ele é preciso!

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