15 maio 2008

Help us, Super Nanny!!

Uma das coisas mais divertidas e interessantes que inventaram na TV, nos últimos anos, foi esse tal de Super Nanny. Mães e pais à beira da loucura, a casa de cabeça para baixo, dominada por crianças endiabradas. Chega uma doce senhorita, que entende do assunto e, vendo tudo de fora, tenta pôr um pouco de ordem nas coisas : transformar as crianças em anjinhos (só um pouco travessos) e os pais em... pais.
Eu não tenho filhos e os vejo num distante horizonte, visto que minha idade mental não permite este tipo de experiência tão cedo. Mas eu fico realmente triste e impressionada com o ponto em que chegam as crianças "de hoje em dia" (/jargão de quem tem parcas décadas vividas e se acha maduro).
Os pais, então, geralmente estão um trapo. Os pais, uma vírgula. Na maioria dos casos, a mãe. Sim, meninos, porque digam o que digam, não sei quantas décadas - ou séculos - serão necessárias para aparecer uma geração de homens que verdadeiramente se dedique à criação dos filhos. É a velha máxima dos papéis que eu insisto em metralhar. Alguém disse que o homem serve para sustentar a família e a mulher para cuidar da casa, todo mundo acreditou e o resto é história. Algumas sem final feliz. Na maioria dos programas que eu vi, o pai é discreto como um arbusto. Nada de autoridade, nada de empenho, afinal "ele já trabalha muito" e não quer perder seu pouco tempo com os filhos com "disciplina".
Desta forma, um dos principais problemas nas "novas famílias", que precisam recorrer a um reality show para domar os filhos, é que a mãe tem que ser super. Super mãe, super profissional, super esposa, super linda, super inteligente, super tudo. Ah, a culpa é dela também. Dá pena de algumas. Outras, dá vontade de sacudir e perguntar "oi, tem alguém aí?". (Pois é, eu não serviria para ser Super Nanny...).
Quando o pai é presente, ou dá pro gasto, outro problema grande é o medo de magoar a criança. Elas dão show em supermercados porque querem levar o Kinder Ovo, o Hot Wheels, os pais ficam com pena e fazem tudo o que ela quer, ao menos para ver se a criança sossega. E cinco minutos depois, aquele objeto de desejo está totalmente esquecido. Eu me lembro muito bem dessa parte : eu ouvi muitos "não", e nenhum deles me traumatizou, porque logo depois eu já estava querendo outra coisa, fazendo outra coisa. Eu não nasci assim, fui educada desta forma. Nenhuma criança nasce com vontades. Você ensina.
Claro, é difícil pedir atitudes sérias e maduras de pessoas que resolveram ser pais de família porque... bem, porque sim. O ponto que mais me angustia na criação de um filho são os valores que serão passados para ele. O certo e o errado, o bom e o mau. Não se o carrinho dele vai ser o mais bonito, se a roupa dela vai ser a mais fofinha, se as notas dele serão as melhores, se ela vai ser a melhor ginasta do colégio. A impressão que eu tenho é que muitos pais e mães estão simplesmente brincando de boneca ou, pior, cumprindo expectativas de terceiros ("quando vocês terão filhos?", "vocês vão ter só um?").
Não deixa de ser válido pedir socorro para a Super Nanny. Ela é super, não mora na casa e vem cheia de idéias e psicologia infantil. Ensinando aos pais o que eles, em teoria, poderiam ter absorvido na sua experiência como filhos.
Claro, os tempos são outros. A mulher saiu de casa, a correria é braba, temos internet e blogs, descobrimos que Plutão não é planeta e que gordura trans é um veneno... Um mundo cheio de informação e gente perdida.
Acredito que trazemos um "rascunho" do roteiro da educação de um filho conosco, pronto para ser usado. O que também mudou com o tempo foi a boa vontade em seguir esse roteiro. A tarefa de ser pai e mãe foi subestimada. Não é brincadeira não : pode ser "O" desafio da sua vida.
Mas se você não der conta...a Super Nanny te ajuda. E eu irei assistir!!



Cris Poli, da versão nacional, Jo Frost, a britânica :
pondo a criançada na linha.

Update : E olha só o que os anjinhos aprontaram...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu vou indicar a Super Nanny para um determinada casa que eu conheço... será que ela dá jeito no JP?

Alexandre disse...

"Acredito que trazemos um "rascunho" do roteiro da educação de um filho conosco, pronto para ser usado. O que também mudou com o tempo foi a boa vontade em seguir esse roteiro. A tarefa de ser pai e mãe foi subestimada."

Concordo plenamente. Hoje em dia anda mais fácil jogar o "problema" pela janela do apê. :/

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