28 fevereiro 2008

Pra que beleza, pra que inteligência

Introdução
Sobre o que será este texto?
Mais um libelo emocionado contra a ditadura da beleza? Mais uma ameaça de processo para quem chamar de gorda? Slogans e frases poéticas à la Dove e recentemente, à la Nivea?
Outra vez vai chegar alguém que está a anos-luz do padrão de belo dos dias modernos para falar e falar e falar. Reclamar que o G é pequeno, que o 44 é apertado.
Outra vez vai chegar alguém para dizer que o importante não é a aparência, e sim o seu caráter e o seu coração.
De novo aquele papo chato de "beleza é relativo".
I
Ser belo é bom. Traz benefícios, vantagens, exige menos esforços. Abre portas e janelas. Deve ser por isso que existe um certo preconceito à respeito da inteligência das pessoas belas. Por se esforçarem menos para conseguir o que querem, não teriam como apresentar um desenvolvimento intelectual avançado. Ou deve ser porque ninguém acha justo um ser humano ser bonito e sábio, com tanto burro e feio desfilando por aí.
Ser belo é ruim. Você tem que provar tudo em dobro, às vezes até piorar a aparência, para ser levado à sério.
II
A busca pela juventude eterna e pela beleza é incansável. Milhões de mulheres (e homens, em menor número ainda) espetando-se, suando, quase não comendo, cheirando e se deformando.
III
Já dizia a poderosa Aline Dorel, "me deixem ser burra, ser intelectual dói". Inteligência, o que é? Como definir? É quem sempre tira 10 na escola? Quem tem idéias novas? Quem resolve situações do cotidiano? Quem sabe conversar sobre qualquer coisa?
A prova da escola não prova nada, dizem. Vestibular não prova nada.
IV
A beleza está nos olhos de quem vê? E a inteligência, onde está?
Para que buscamos a beleza? Ou melhor, para quem? Qual o retorno do investimento do perfume, do creme, do shampoo, da roupa novinha, dos saltos altos, do corpo malhado? Dinheiro aos baldes, amor verdadeiro e infinito, felicidade constante?
Para que buscamos a inteligência? Quem poderá precisar, detectar, algo ainda mais abstrato? Qual o retorno do investimento na mente, nos livros, nas canções, na educação?
V
Os belos procuram os belos, andam juntos em bandos. Os inteligentes procuram os belos, justamente porque são inteligentes. E não são bobos, ora.
VI
Para que as buscamos? Para que jogamos uma contra a outra?
VII
A beleza e a inteligência são meninas. Como todas, são complicadas, confusas, indecifráveis. Por vezes maçantes, enjoadas, cansativas. Por essas e outras, eu não gosto nada delas.
Conclusão
Nadinha.

3 comentários:

Semiramis Moreira disse...

tb não consigo chegar a uma conclusão... complexo, muito complexo...

Alexandre disse...

Pode ser chato, mas a beleza é relativa mesmo. (rs) Não que não exista um padrão de beleza. E lógico que é babaquice dizer que todo ser feio no fundo tem sua "boniteza". Mas o que se convenciou ser o padrão do belo não é a única beleza que existe, até porque esses padrões são tão mutantes na história como camaleão estressado. E também temos que levar em conta que uns 5% da população mundial é 100% "bela". Se pararmos bem pra pensar, a regra é a "mezzo-feiura".

Qnto a inteligência, essa aí é mais relativa que a equação E=MC2. (rs)

Cristina disse...

Eu fiquei pensando, o que vale mais a pena cultivar e investir: beleza ou inteligência? Se bem que inteligência é uma espécie de dom (ou não?), só que precisa exercitar (??). E a beleza sendo relativa...
Esse assunto rende... rs

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