A menina que acredita em livros

Eu odeio modinha. Às vezes, de forma inconsciente, eu deixo de fazer coisas só porque são, digamos, mainstream. Não levo muito a sério aquele "a voz do povo é a voz de Deus". Até parece...

E foi este motivo sem noção que me tomou um tempo danado e me repeliu da leitura de "A Menina que Roubava Livros", presente em toda e qualquer lista de mais vendidos.

Primeiro eu achei que se tratava de mais uma obra da série afegã. As Mulheres de Cabul, Os Homens de Cabul, As Esposas dos Homens de Cabul, os Filhos da Esposas dos Primos dos Homens de Cabul, e assim por diante.

Milênios depois, fui saber qual era a real história e me interessei.

Comprei. Livro em casa, aguardando a vez... Agora vai!

Que nada... O meu escudo anti-embalo é poderoso. Lá ficou o pobre livro pegando poeira.

(Por que perdemos tanto tempo na vida com bobagens?)
E eis que um dia dei ao pobre livro a honra de minha apreciação.

Um livro narrado pela Morte em pessoa, que começa dizendo "Eis um pequeno fato : você vai morrer".

Eu não precisaria ler mais nada. No entanto, prossegui.
A bela história da menina que aprendeu a amar os livros e seus encontros com a Dona Morte rendem lições, aperto no peito, risadas e algum espanto. E não é a "inevitável" que nos faz arregalar os olhos. Somos nós mesmos, humanos.

Os humanos, com a eterna mania de achar que tudo gira ao seu redor.

Cruéis, malvados, injustos.

Adjetivos que você certamente guarda para a Dona Morte. Será que é ela quem merece?

Vamos deixar aqui o espaço para pensar e a recomendação.

Desta vez o povo acertou em cheio.