03 junho 2012

You’re beautiful, it’s true

Houve um tempo de rebeldia em que valorizar a aparência era como que uma ofensa, uma traição ao movimento da liberdade feminina, de ser o que bem se entende sem se importar com julgamentos.

O tempo passou e ficou a triste constatação: a aparência importa, e muito.

Radicalismos para ambos os lados são nocivos. Ninguém precisa ser um poço de futilidade, ninguém precisa andar como um maltrapilho.

Hoje você não entende mais um elogio à sua aparência como uma vitória da ditadura da beleza sobre o que você realmente é, sobre os livros que leu, os filmes que viu, as viagens que fez… sobre tudo o que sabe e ainda vai conhecer, e que te tornará uma pessoa cada dia melhor – por dentro.

Mas fica sim, aquela sensação dúbia. Ora, eu sempre fui uma ótima pessoa, mas agora prestam mais atenção porque me visto melhor, passo rímel e arrumo as sobrancelhas com mais afinco (ou porque todas as que sempre foram bonitas já estão ocupadas com suas vidas, vai saber).

Ainda assim, prefiro esta dubialidade que a certeza da feiúra (há!). E claro, sempre torcendo para que a beleza continue sendo um conceito relativo e pessoal – também conhecido como “quem ama o feio, bonito lhe parece”.

E também torcer para que, no final, você ser uma boa pessoa e gostar de Beatles – ainda que este último possa igualmente ser fútil, na visão de alguns - seja muito mais relevante.

Óculos e aparelho dentário, responsáveis pela feiúra hollywoodiana desde sempre.

Um comentário:

Semiramis Moreira disse...

Obrigada por me chamar de Betty a feia, só por causa do óculos e aparelho... sacanagem...

Compartilhe

Related Posts with Thumbnails