10 abril 2011

Hold on, be strong

Havia um tranquilidade no meu dia 09/04/2011, que eu não sabia bem explicar. Aos poucos, fui notando as diferenças entre este dia e o 20/02/2006, quando assisti o meu primeiro show do U2.
O primeiro show foi em uma segunda-feira. Poucos amigos conseguiram ou puderam ir. Tive que me virar para trabalhar no dia seguinte. Conseguir o ingresso foi uma tortura, em certo momento acreditei que nem iria mais. Vi a banda de longe, da arquibancada oposta ao palco. E foi lindo.
O segundo show foi em um sábado. Muitos amigos estavam lá. No dia seguinte, só me preocupei em descansar (e escrever este post!). O ingresso foi uma moleza, pelos privilégios do meu cartão de crédito. Vi a banda de perto, no telão ou no palco, graças ao palco muito bem desenhado. E teve "Magnificent", uma música que não existia em 2006. Será que foi bom? Hahahaha!
O primeiro e o segundo show foram como o primeiro e o segundo encontro. O de 2006 foi um encontro às escuras, meio tenso, com desconfianças de ambos os lados, mas que terminou muito bem. O que preparou o clima para o segundo encontro, em que as duas partes, mais soltas, mais relaxadas e confiantes, se superaram.
A banda se superou em seu espetáculo e eu me superei aproveitando :)
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Rapidinho, o show do Muse. Bem, eu gosto da banda, mas não conheço muito ainda. Foi muito legal, creio que eles mereçam um show só deles. O Muse "combina" bem mais com o U2 que o Franz Ferdinand (2006), apesar de eu gostar de ambos. Vejam só, até isso foi melhor...
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Como eu disse antes, a "estrutura" permite que você veja o que está acontecendo de qualquer lugar da pista. Acho tendência, toda banda devia fazer (nem precisa custar milhões, é só acertar a altura do palco).
Meu local na pista estava bem confortável, o que me permitiu viajar grandão durante as músicas e os super efeitos do telão, do jeito que eu gosto.
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E ao show em si. 
Alguém imaginou que ia começar com "Trem das Onze"? Hahaha, fantástico! Com certeza a banda deve ter perguntando alguma música tradicional da cidade - obrigada a quem sugeriu essa. Foi cantada em coro pela galera. Outra parte do show em que a banda "puxa o saco" da cidade é quando destaca algo famoso dela e tenta "encaixar" os membros da banda. Em Los Angeles, por exemplo, foi sobre cinema e cada um deles era um ator. Aqui em São Paulo foi... pizza! E cada um deles era uma pizza ("Eu gosto de pizza, não sei se dá para perceber", disse um Bono com sua pancinha destacada sob a camisa).
Faltou a participação de algum cantor local, como ocorreu no Chile e na Argentina, que foi substituído por uma moça escolhida na plateia (sim, ele fez isso) recitando "Carinhoso". 
Ter esses cuidados ao fazer um show o valoriza ainda mais. Os caras não são o que são por acaso.
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Uma coisa que eu gostei também foi a quantidade de música véia. Não houve um destaque tão grande do CD mais recente, que já não é tão recente (2009). As músicas mais antigas são as mais, digamos, íntimas de você. Não tem jeito, é melhor assim. Ponto positivo para o segundo encontro.
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Bono tem esse lado ativista que, pode soar marqueteiro sim, mas olha, pelo menos ele faz alguma coisa. Parece uma pessoa preocupada com o que acontece no mundo e gosta de passar isso para os seus fãs. Uma pessoa boa. Eu acredito. Sou iludida? Mas acredito no lado bom da força. Não serei condenada por isso.
E eles conseguem conciliar bem o sucesso e o lado humanitário. Quer ver o U2 bem de perto? Pague 820 reais. Mas 100% do valor vai para o Fundo Global, para ajudar a eliminar a AIDS na África (www.joinred.com). Mesmo que você seja uma pessoa ruim, apenas rica e fã do U2, está fazendo alguma coisa, indiretamente. Bem feito.
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Vale a pena andar pra caramba, tomar chuva, esperar horas em pé? Gente, fiz isso tantas vezes. Claro que vale. Tem coisas que eu pensei e sentir durante o show que não vou poder escrever aqui. Porque não dá. Vou levar comigo, pra onde for, como for, com quem for. Como explicar?
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Grandes chances de mudar meu TOP 3 shows. Não é todo mundo que impressiona assim no segundo encontro...
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Bono cantou "Help!" à capella. FIM.
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Mais detalhes do show, aqui.
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Setlist
Intro:
"Trem das Onze" (Demônios da Garoa)
"Space Oddity" (David Bowie)

"Even Better Than The Real Thing"
"I Will Follow"
"Get On Your Boots"
"Magnificent"
"Mysterious Ways"
"Elevation"
"Until The End Of The World"
"I Still Haven't Found What I'm Looking For"
"Stuck In A Moment You Can't Get Out Of"
"Beautiful Day"
"In A Little While"
"Miss Sarajevo"
"City Of Blinding Lights"
"Vertigo"
"I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight"
"Sunday Bloody Sunday"
"Scarlet"
"Walk On" 

bis
"One"
"Where The Streets Have No Name" ("Help!")

bis 2
"Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me"
"With Or Without You"
"Moment of Surrender"
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Foto amadora de um espetáculo profissional e inesquecível.

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