28 novembro 2009

Comer, pesar, sofrer

Em algum domingo qualquer, creio que foi o último, vi cinco minutos do Fantástico desde 1540 a.C. Pela milésima vez, falavam algo sobre dieta e alimentação. A matéria, creio eu, afirmava que as pessoas em geral não prestam atenção ao que comem.

Para provar a tese, deram com exemplo uma moça gordinha, que não chegava a ser obesa nem nada, mas que reclamava que, apesar de se preocupar com o que comia, não conseguia emagrecer de jeito nenhum. A moça declarava que não ingeria frituras, doces e besteiras e procurava sempre alimentos saudáveis, naturais e na versões diet/light. Mesmo assim, nada do ponteiro cair (ainda existem balanças de ponteiro, certo?).

Então os pesquisadores decidiram verificar se o metabolismo da fofinha era normal. Era. Nada de pôr a culpa nele. Sendo assim, a pesquisa teria que ser mais rigorosa : a moça anotaria tudo o que comesse em um dia e, simultaneamente, os cientistas confeririam os resultados através de exames de urina - para tal, ela tomava um líquido “dedo-duro”.

Para espanto da moça, enquanto ela anotava que consumia 1000 calorias por dia, na verdade, segundo os exames, ela acumulava nada mais nada menos que 3000. Três vezes mais calorias, ignoradas por ela. Tudo tem uma explicação, certo?

Como tenho a mesma preocupação com a escolha dos alimentos, mas ao mesmo tempo não dispenso os prazeres da mesa, ainda que com moderação, decidi repetir a experiência comigo. Para não correr o risco de esquecer nada, anotei por 5 dias tudo o que comia em uma planilha no meu celular (tem um “mini-Office” no meu Nokia, chique né?).

Eu tive o mesmo choque. Meu Deus, como a gente come besteira sem perceber. Come coisas que não quer, que não precisa. A gente pode escolher melhor o que comer, sempre. É só pensar.

Não que deste pequeno estudo vá sair uma Aline magérrima, que consome meio pão integral light com queijo cottage (eca) pela manhã. A contagem de calorias não me impediu de comer Lindt Hazelnut nem coxinha de frango. Mas me ajudou a equilibrar o resto do dia.

Até porque comprovei por a + b que é difícil emagrecer. Sim, eu sabia disso, já fiz dietas antes, mas pude ver mais uma vez que se manter no padrão saudável que é pregado por aí não é moleza. Não com a quantidade de coisas oferecidas para nós, prontinhas, frescas e embaladas, que nem precisamos caçar e abater na porrada.

Boas lições desta experiência :

- Prestar mais atenção ao que se come.

- Separar ocasiões “especiais” para as escapadas calóricas. Elas ficam mais gostosas.

- Não ignorar sua fome e nem a vontade de comer. Só pense bem como satisfazê-las e nas consequências. Não reclame depois que já comeu, bola pra frente.

- Não entrar na paranoia da dieta. Você será uma pessoa detestável e detestada.

- Convencer-se que o exercício físico é um aliado que ajuda a compensar os desequilíbrios e, com isso, espantar a preguiça.

- Nunca, jamais, em tempo algum, ver a comida como inimigo. Sempre comer com prazer.

- Eu nunca serei magérrima, provavelmente nem magra. Preciso focar no “peso normal”, que está de bom tamanho.

Bem, vamos ver se há algum efeito prático nessa bela teoria. Boa sorte pra mim e pra 99% das mulheres do planeta.

lindt2721698g coxinha

Não, queridos, não os abandonarei. Mas não posso encontrá-los todos os dias. Vocês me entendem?

2 comentários:

Milton X disse...

Por que não desejastes sorte aos homens?! hunf... Gostei das dicas, não vou dizer que mudarão minha vida, mas estou vendo sob outra ótica...

Cristina disse...

Interessante isso. Eu fiquei assustada qdo me dei conta de que engordei 6 kg durante esse ano (!!). Isso pq tenho feito exercícios regularmente. Um pouco, creio que seja massa muscular, mas o restante é de comer mais do que precisa, mesmo.

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