14 fevereiro 2009

Nós, humanos

Toda generalização é injusta - menos esta, claro. Pegando emprestada uma frase de uma amigo meu, "toda generalização condena um inocente" : toda mulher é barbeira, homem não presta, brasileiros são desonestos.
Vivemos num país enorme, influenciado por dezenas de culturas locais e estrangeiras, ao longo de mais de 500 anos de história - aquela contada em livros. Não sei se era piada, mas já ouvi que o passaporte brasileiro é o mais disputado entre os falsificados, porque qualquer um pode passar por brasileiro, com qualquer cara, altura, aparência. Faz sentido.
A diversidade de rostos também aparece no jeito de ser. Tem brasileiro de todo tipo, apesar de o folclore espalhar que existem características tipicamente brasileiras. Como generalizar é mais fácil que manter a mente aberta e conhecer o ser humano um a um, na hora de definir "como é o povo tal?", tudo o que sobra é um bando de estereótipos bem bobinhos.
A introdução é só para comentar esse caso da moça brasileira supostamente agredida na Suíça, por skinheads. Já tivemos de tudo, de xenofobia a auto-mutilação, de discurso patriótico inflamado a discurso patriótico ressentido. Não é possível tirar conclusões sobre o caso em si, que fique nas mãos da polícia e seja bem-cuidado. Conseguimos, de forma bem simplista, resumir :
- Se ela foi mesmo agredida, os suíços ficam com o peso do racismo.
- Se ela não foi agredida e simulou tudo de caso pensado, os brasileiros ficam com o peso da desonestidade.
- Se ela não foi agredida e há algum problema médico, os povos saem limpos. Talvez ainda sobre algo para nós.
E mais uma vez, uma generalização condenará milhares de inocentes. A absoluta maioria de suíços livres de preconceito e brasileiros trabalhadores e honestos. Quer dizer, eu quero acreditar que são maioria. É bom cultivar um pouquinho de esperança na humanidade, seja qual for a latitude ou longitude.

3 comentários:

Alexandre disse...

É bom cultivar um pouco de prudência tb, tanto pra brasileiros como pra suiços.

O pior é que falam pelos cotovelos e a gente ainda fica desinformado.

Como a polícia a abordou? Onde ela estava? Qual era o cenário? Sem informações como essa não dá pra se deduzir nada. Nem se ela simulou, muito menos o contrário.

A mídia tupiniquim em vez de buscar isso se preocupou em criar "factóides".

Alexandre disse...

Ah, e parabéns! (registrando por aqui tb). Um pra cada um dos seus três aniversários nos últimos dias. rs

Anônimo disse...

Essa história está muito mal contada...

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