22 setembro 2008

Por que faço o que faço?

Já começo dizendo que foi por acaso. A família não poderia arcar com despesas de estudo. Ia ser escola pública municipal, ou estadual, ou federal. Ao fim da vida escolar, passei pelos três níveis, mas aquele que decidiu a minha profissão neste momento foi o que fica lá em Brasília.
Passei em um concorrido vestibular (/nerd metida) e lá fui me envolver com o mundo dos computadores. Eu sabia basicamente mandar e-mails pelo Eudora, ver algumas páginas pelo Netscape e digitar coisas no Word 95. Se você tem menos de 25, não sabe o que é isso. Se não é ligado em Informática, também não. Joga no Google. Naquele tempo não tínhamos isso.
O laboratório era como qualquer recurso de uma escola pública : precário. Assim como a biblioteca, as instalações, o ar que se respirava e o interesse de alguns caídos de paraquedas.
Ao decorrer de quatro anos, havia gente que gostou e seguiu carreira, que arrumou emprego e por isso seguiu, que odiou e mudou de área de atuação, que gostou, mas mudou mesmo assim. Não me consta se alguém virou hippie.
A faculdade foi apenas a confirmação da escolha já feita, até porque, já havia oito horas de trabalho ao dia e grana no bolso. Daí tudo correu seu curso e o rio segue em um sentido só.
Informática, ou TI, o nome oficial até aparecer um mais estiloso, é difícil de explicar. Como explicar para uma criança, por exemplo, que mamãe não cura dodói, não faz prédios e pontes nem prende as pessoas más? Se bem que, indiretamente, fazemos tudo isso. Não há um profissional desses sem um computador por perto hoje em dia.
Vocação? Não sei. Eu gostava de desmontar coisas. Bonecas, relógios, aparelhos eletrônicos. Nenhum jamais voltou a funcionar. Mas e daí? A curiosidade satisfeita parecia-me mais recompensadora que o "brinquedo" em si.
Programação de computador nada mais é que manter o diálogo entre o que o homem quer e o que a máquina pode fazer. Análise de sistemas é traduzir o que o homem quer da máquina. Eu diria que este último é quase como tentar promover a paz na Faixa de Gaza. Eu não te entendo, você não me entende, o computador tem que entender e a culpa é de quem não arrumar um culpado primeiro.
Uma área nunca lembrada quando tudo funciona e sempre xingada quando dá errado. Mas nem é exclusividade nossa. Dizem que uma pessoa espalha mais às outras quando uma loja a trata mal do que quando é bem atendida. Nessa linha.
Fazer para a vida toda? Poderia. Adoro computadores. Adoro programar. Porém, as pessoas, ah, as pessoas... Poderoso é esse animal, o ser humano, que consegue destruir amores, separar amantes, deixá-lo triste por fazer algo que você realmente gosta.
Os computadores são o máximo, os seres humanos são um pé no saco que não tenho. Um futuro dominado pelas máquinas já nem me assusta mais. Já os humanos... não precisa nem se restringir a uma área de conhecimento. É só ver o que a gente faz por aí para saber que já deu.

Exagerei um pouquinho na hora extra...

4 comentários:

André Seoane disse...

Aline ....

Hippie ... Hippie ... não virou ... mas o Pompeu quase chegou lá !


kkkkk


Actor of First Village


bjs

Cristina disse...

O que eu acho frustrante (às vezes) é pensar em qtas coisas diferentes eu gosto; poderia ter seguido mtas outras profissões. Nunca vou saber se seria mais ou menos feliz. Ou não.

Alexandre disse...

Meu pai tá cursando análise de sistemas. Ele diz que é a profissão do futuro (se já não for a do presente; difícil achar um desempregado), o problema é que ele quer me convencer a todo custo a fazer o curso. E eu até cheguei a colocar como 3ªopção na ficha de vestibular, mas hoje..

Meu negócio é humanas, um barco lotado de gente e pronto pra afundar.. ou melhor, já afundando. :/

Anônimo disse...

Eu fui pra essa área por falta de opção, mas hoje eu não me imagino fazendo outra coisa...

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